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PUC-SP REPUDIA CAPA DE VEJA, QUE ‘PISOTEIA’ SOBRE CADÁVER DE MARISA


"É a revista Veja, não Lula, que pisoteia sobre o cadáver daquela que, durante oito anos, foi a primeira-dama de nosso país", diz nota divulgada pelo departamento de jornalismo da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) sobre a reportagem de capa da revista Veja deste fim de semana
Da Rede Brasil Atual - "É a revista Veja, não Lula, que pisoteia sobre o cadáver daquela que, durante oito anos, foi a primeira-dama de nosso país", afirma nota divulgada hoje (13) pelo departamento de jornalismo da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) sobre a reportagem de capa da revista Veja deste fim de semana.
Com fundo rosa, a capa traz foto em preto e branco de Marisa Letícia, mulher do ex-presidente Luiz Inácio da Silva, morta em fevereiro deste ano, e o título "A morte dupla", referindo-se ao depoimento do ex-presidente à operação Lava Jato, na quarta-feira (10). A revista julga Lula negativamente por ter atribuído a Marisa decisões em relação ao apartamento tríplex do Guarujá, que não chegou a ser propriedade do casal.
"O que há de errado em atribuir à própria esposa e companheira uma decisão qualquer que afete a vida da família? Nada, absolutamente nada – a menos, é claro, que a revista parta da premissa de que as supostas 'decisões' atribuídas a dona Marisa tenham envolvido ações ilegais, e que Lula tenha se aproveitado do fato de que sua mulher está morta para jogar-lhe o peso da responsabilidade por tais supostas ações", afirma a nota da PUC-SP.
"A revista, portanto, já fez o seu julgamento. Já lavrou a sentença condenatória: Lula adquiriu o tríplex como propina, e para se livrar da cadeia manchou a reputação de dona Marisa. Não contente com se antecipar à Justiça, assumindo o lugar do júri e do carrasco, a revista ainda se arroga o direito de interpretar as motivações mais íntimas de Lula, e expor a sua figura à execração pública da forma mais vil, covarde, inaceitável e desumana", sustenta ainda a nota da universidade.
A PUC-SP conclui que "é a revista Veja, não Lula, que pisoteia sobre o cadáver daquela que, durante oito anos, foi a primeira-dama de nosso país. Ao atacar a memória de dona Marisa, a revista fere o sentimento de dignidade do povo brasileiro. A exposição de sua foto, na capa, cumpre a função de punir exemplarmente, a exemplo dos rituais da Sagrada Inquisição, uma mulher simples, do povo, que cometeu a ousadia de ocupar o Palácio do Planalto. A Casa Grande não perdoa".
"Quando todos achavam que nenhuma vileza superaria a capa da própria revista Veja de 26 de abril de 1989, dedicada ao cantor Cazuza – 'uma vítima da Aids agoniza em praça pública' -, a revista prova, mais uma vez, que não há limites para a patifaria, para a infâmia e a ignomínia", finaliza.
Rede varejista
A Marisa, rede varejista de roupas femininas, também aproveitou nesta sexta-feira (12) de forma abusiva o ensejo do Dia das Mães e do depoimento de Lula para explorar o que supostamente teria sido a intenção do ex-presidente de responsabilizar a mulher pelas decisões em relação ao tríplex. A empresa lançou nas redes sociais campanha que diz "se a sua mãe ficar sem presente, a culpa não é da Marisa".