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O jantar das superpoderosas

O símbolo da Justiça é uma mulher de olhos vendados, a deusa Têmis, o que também é uma fiel representação do atual momento do Poder Judiciário brasileiro. Pela primeira vez na história do país, os quatro postos jurídicos mais importantes são ocupados por mulheres: Cármen Lúcia na presidência do Supremo Tribunal Federal, Laurita Vaz no Superior Tribunal de Justiça, Raquel Dodge na Procuradoria-Geral da República, e Grace Mendonça na Advocacia-Geral da União. Para marcar a presença feminina nos tribunais brasileiros, e também discutir os rumos do país, Carmen Lúcia reuniu as “superpoderosas” do Judiciário para um jantar em sua casa, em Brasília, na terça-feira 3.
Participaram do encontro Laurita Vaz, Raquel Dodge e Grace Mendonça, além da ministra do Tribunal Superior do Trabalho, Maria Cristina Peduzzi, e a procuradora-geral do Tribunal de Contas da União, Cristina Machado. Colega de Cármen Lúcia no Supremo, a ministra Rosa Weber foi convidada, mas não pôde comparecer. O jantar das empoderadas começou por volta das 20h e as convidadas deixaram a residência da presidente do Supremo, no Lago Sul de Brasília, pouco depois da meia-noite. Na saída, não deram declarações à imprensa. Apesar de comentarem o assunto tratado no encontro, fontes ouvidas por ISTOÉ disseram que o grupo discutiu o atual cenário do País, de crise institucional, especialmente entre Judiciário e 


o Senado, por conta do imbróglio envolvendo o afastamento do senador tucano Aécio Neves.

Minoria
Apesar de as convidadas de Cármen Lúcia ocuparem os cargos mais importantes do Judiciário, as mulheres ainda são minoria na magistratura. Segundo o Censo do Poder Judiciário de 2014, elas representam apenas 36% dos juízes do país. Ou seja, o mundo das togas ainda é dominado pelos homens. A ministra Cármen Lúcia, na presidência do Supremo Tribunal Federal desde setembro de 2016, tem encabeçado a luta para diminuir as desigualdades entre homens e mulheres no Judiciário. Um jantar apenas com colegas é mais um indício da firme intenção da ministra de brigar por mais espaço para as juízas.