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Políticos nordestinos se unem para gritar contra a morte do Velho Chico

Foto: Elói Corrêa/ GOVBA
Foto: Elói Corrêa/ GOVBA

O Rio São Francisco, também chamado de Rio da Integração Nacional, ou para o povão, Velho Chico, vive uma situação nunca vista.
Fornece água para abastecer cidades, irrigar a agricultura, gerar energia e ainda dá o peixe. Mas o homem só faz explorá-lo. Carinho zero, nem para evitar maus tratos.
É lógico que o Chicão não aguentou. É vítima de uma dessas coisas estúpidas que a humanidade produz, por mais singelo que seja o entendimento: sugam-lhe a água de todas as formas, matam as nascentes e em alguns pontos ainda lhe dão banhos de esgotos, dá para aguentar?
Os presidentes das Comissões de Meio Ambiente das assembleias de Bahia, Minas, Pernambuco, Alagoas e Sergipe, os estados pelos quais o rio passa, e os de Ceará e Paraíba, que recebem água da transposição, se reúnem hoje, com outros políticos como os senadores baianos Otto Alencar (PSD) e Lídice da Mata (PSB) para dar o recado: ou age logo ou todos vão morrer de sede.
O baiano Fábio Souto (DEM) é taxativo:
– Se ficar como está, é dez anos no máximo.
Presidente na briga
O assunto foi o principal no Encontro dos Presidentes de Assembleias do Nordeste, o Parlanordeste, realizado sexta, também em Salvador.
O presidente de Alagoas, Luiz Dantas Lima (PMDB), resumiu uma parte do flagelo, o da banda mais próxima do mar:
– Antes, o Velho Chico botava água doce mais de cinco quilômetros mar afora. Agora, mais de 50 quilômetros rio adentro estão salgados. Em algumas localidades o abastecimento virou um sério problema. A vazão mínima estimada é de 1.850 metros cúbicos por segundo. Estamos com um terço disso, apenas 550 metros. Nós, Alagoas e Sergipe, que estamos próximos à foz do rio, sofremos mais.
Os deputados fecharam também com a defesa da Eletrobrás, porque segundo Ângelo Coronel (PSD), uma coisa (o rio), está imbricada com a outra.
– O rio não está morrendo, está morto. Ninguém fala em preservar, só em recuperar. Em Remanso a captação de água está a 7km de distância do que era antes.
E qual é a estratégia para dar eficácia a tais iniciativas? Segundo Coronel, a principal é fazer pressão sobre deputados e senadores de cada Estado.