Dez passos para parar de fumar
Quanto mais cedo o vício for deixado, melhor é para a saúde
(Thinkstock)
O que faz da nicotina uma substância tão poderosa é sua capacidade de ativar regiões do cérebro ligadas ao prazer. O composto consegue se ligar a doze receptores cerebrais - a maioria deles em uma área chamada tegumentar ventral, responsável por fornecer a sensação de prazer. Quando uma pessoa fuma, o circuito cerebral dessa região é acionado, provocando uma sensação de bem-estar.
Essa área do cérebro também pode ser ativada quando comemos um alimento apetitoso ou vivenciamos um momento alegre. Fumantes, porém, dependem da nicotina para acionar a região. "O tabagista vira refém do prazer de fumar, pois ele identifica o ato como o que há de mais prazeroso na vida", explica Jaqueline Issa, cardiologista diretora do Programa de Tratamento do Tabagismo do Instituto do Coração da USP (Incor). "Mesmo assim, até pessoas altamente dependentes podem deixar de fumar", diz José Roberto Jardim, coordenador do Núcleo de Prevenção e Cessação do Tabagismo da Unifesp.
A interrupção abrupta é a mais utilizada por quem decide abandonar o vício por conta própria, sem acompanhamento médico. "A pessoa geralmente para de uma vez ao descobrir ter uma doença ou, se for mulher, estar grávida", diz Jaqueline Issa. Nesse método, a manifestação dos sintomas de abstinência costuma ser maior do que em quem larga o cigarro gradualmente. Por isso, as chances de sucesso da parada abrupta são maiores nos fumantes com nível de dependência leve ou moderado.