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Mais vendido do Brasil, Onix tira nota zero em teste de segurança


O veículo mais vendido do Brasil é também um dos mais inseguros. O Chevrolet Ônix ganhou zero estrelas para a proteção de passageiros adultos e três para a de crianças em teste de colisão realizado pelo Programa de Avaliação de Carros Novos da América Latina e Caribe (Latin NCAP). As simulações constataram que você está em perigo grave em casos de impacto lateral. A associação de consumidores Proteste vai pedir a suspensão da venda do Chevrolet Onix no Brasil. 
Em nota, a Chevrolet disse que cumpre integralmente com todos os requisitos locais de segurança dos mercados onde o Onix é comercializado.
O Onix mostrou um desempenho muito ruim, pois o teste evidenciou uma compressão alta no peito do passageiro adulto bem além do limite permitido. A simulação foi feita com três manequins, que reproduziam um passageiro adulto e dois infantis.
O modelo não contava com dispositivos de absorção de energia em sua estrutura para impacto lateral, apenas barras nas portas. Houve um grande deslocamento dentro do compartimento do passageiro. Considerando esses resultados, não atenderia aos critérios básicos de segurança para impacto lateral previsto pelas Nações Unidas. A situação não mudaria nem mesmo se fossem instalados airbags laterais.
Em 2014, o Onix já havia sido avaliado quanto ao impacto frontal, recebendo três estrelas para a proteção de adultos. No ano passado, contudo, passou também a ser avaliado seguindo protocolo de testes para colisões laterais.
Impactos em Crianças
Já a proteção para passageiro infantil no impacto foi aceitável. Contudo, o  modelo não oferece sistema Isofix, apenas um cinto de segurança de dois pontos na posição central traseira. Além disso, a porta traseira do Ônix se abriu durante o teste. A abertura significa um alto risco para os ocupantes infantis. Os manequins, que simulam crianças com idade e peso de 3 anos, sofreram grave impacto, sobretudo no pescoço.
Segundo os critérios do Latin NCap, para a proteção dos ocupantes, um bom carro deve satisfazer a duas condições: a estrutura não pode entrar em colapso e deve contar com um absorvedor metálico, em aço ou alumínio, que evita a deformação excessiva do veículo. 
Conforme o Gerente de Testes em Produtos e Serviços da Proteste, Sergio Mardirossian, no Brasil, o Latin NCap, ainda não se tornou um programa obrigatório para os carros novos comercializados, como acontece em diversos países. “Muitas vidas poderiam ter sido poupadas pela implementação de políticas públicas mais eficientes na área de segurança viária”, afirma.
O resultado em relação ao Onix, de acordo com ele, é um exemplo disso. “Este veículo é o mais vendido no Brasil por dois anos seguidos. E o seu resultado foi vergonhoso. Ele recebeu zero estrela, o que quer dizer que ele é muito perigoso. E vale destacar que modelos equivalentes da mesma montadora vendidos na Europa e Estados Unidos, possuem resultados muito melhores de segurança do que o disponibilizado em nosso país”, alerta.
O secretário-geral do Latin NCap, Alejandro Furas, comentou que o “programa está muito decepcionado com o resultado do Onix e que é inaceitável que líderes como a GM continuem a oferecer carros zero estrela na América Latina, quando, na verdade, têm condições de fabricar automóveis muito mais seguros”. De acordo com a presidente do programa Latin NCap, María Fernanda Rodríguez, “alguns fabricantes elegem o lucro como prioridade em vez da segurança dos consumidores e, por consequência, da população”.
Para o Latin NCap, os consumidores devem exigir que os fabricantes adotem ou que lhes sejam impostas as recomendações das Nações Unidas em relação aos padrões de colisão. Dessa forma, haverá mais proteção a todos os envolvidos no trânsito e os consumidores terão a oportunidade de escolher os seus carros segundo as avaliações de segurança do Latin NCap.Proteste