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Gastos públicos: burrice, vício ou cegueira?


Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
Um governante com as taxas de rejeição de Michel Temer (70%, segundo o Ibope) não pode se dar ao luxo de descartar agrados à população. Mesmo que bons gestos sejam incapazes de produzir milagres – não foi ele que liberou as contas inativas do FGTS? – é melhor fazê-los do que desprezá-los.
Isto posto, cabe tentar entender o que o inquilino acuado no Planalto está esperando para acabar de uma vez por todas com a impopular orgia aérea na qual seus ministros e outros premiados da República se lambuzam à exaustão, cruzando em jatinhos da FAB os céus do País com 14 milhões de desempregados e um déficit publico insolúvel.
É verdade que a atual camarilha brasiliense não inaugurou o abuso, praticado desde o nascimento do Grupo de Transporte Especial, criado pela Aeronáutica em 1957 para gozo do chefe de Estado e “demais autoridades”.
Ano passado, quando mais de 2.500 deslocamentos desse tipo foram realizados, pacientes nas filas de transplantes morreram porque o mesmo GTE recusou-se a transportar órgãos de doadores. Um decreto parido pela repercussão do crime determinou que um jato oficial passasse a cuidar de tais emergências, mas manteve os outros 14 da esquadrilha a serviço dos figurões. E eles têm deitado e rolado.
Só no primeiro trimestre, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, fez 30 voos para passar os fins de semana no Rio de Janeiro. Seu sogro, Moreira Franco, e Henrique Meirelles, da Fazenda, também usuários contumazes da mordomia, cumpriram rota idêntica na sexta-feira, 14 de julho, regressando a Brasília no domingo seguinte. Ambos usaram aviões individuais, na ida e na volta.
De janeiro a março deste ano, 519 voos do gênero decolaram da Capital com sultões a bordo, a maioria a caminho de casa. Basta uma canetada de Temer para por fim ao milionário bacanal.
E ele pode começar a faxina dando o exemplo: as viagens nacionais de Sua Excelência envolvem um Airbus A319 (mais de 200 passageiros na configuração comercial) um EMB190 (100 lugares) e dois helicópteros de grande porte. Um aparato de fazer inveja ao presidente americano, o político mais visado do mundo.
Eleições 2018
Sem estrelas
Faltando pouco mais de um ano para as eleições, duas realidades saltam aos olhos. Com muitos políticos enrolados em investigações criminais quase não houve pesquisas de intenção de voto contratadas em grandes institutos. Além disso, como as campanhas (bem mais modestas que no passado) terão poucos recursos em 2018, já que não existe margem para o caixa dois nas doações, o marketing político será basicamente tocado por novatos, como uma espécie de campeonato Sub-20 do futebol.