Salvador: 'Foram muitos tiros, acordamos em pânico', diz vizinho de empresário morto por PMs
Foto: Evandro Veiga/CORREIO
Empresário do ramo de consultoria, Márcio Perez Santana, 41 anos, morto durante perseguição policial na Orla de Armação, morava no segundo andar de uma casa na Rua Gáspar da Silva Cunha, no mesmo bairro, há 40 anos. Ele estava chegando em casa, acompanhado de uma mulher, quando acabou surpreendido por PMs a bordo de uma viatura da 58ª Companhia Independente da Polícia Militar (CIPM/Cosme de Farias), que estava com os faróis e giroflex desligados, segundo relatos de testemunhas ouvidas pelo CORREIO. Durante a perseguição, ele acabou atingido na nuca por um tiro. "Ele chegou [para morar na casa] com um ano de nascido e pretendia ir para Espanha, onde estão os pais. Ele era filho único", disse uma vizinha de Márcio que não quis se identificar. Ela e outros moradores da rua relataram que ouviram os disparos. "Foram muitos tiros. Acordamos em pânico", declarou um senhor. Os tiros foram ouvidos pouco depois das 23h de quarta-feira (19). Márcio era formado em economia e sócio de uma empresa que presta consultoria a uma operadora de telefonia. Ele deixa duas filhas - uma delas de 9 anos que fez aniversário na última terça-feira (18) e uma festa estava programada para domingo (23). Em relação à mulher que estava no banco de carona do carro de Márcio, eles disseram que não a conheciam. "Nunca a vi com ele. Sabemos que ele tem uma ex-mulher e dois filhos. O parente mais próximo é um primo que morava aqui Salvador", comentou outra vizinha. A mulher que estava no carro de Márcio foi ouvida na Corregedoria da PM - onde chegou por volta das 8h30. Ela chorava e estava acompanhada de um rapaz, que seria sócio de Márcio na empresa que presta serviço à uma empresa de telefonia. Os dois não quiseram falar com a imprensa. O depoimento dela durou pouco mais de quatro horas. Os dois deixaram o prédio da corregedoria, na Pituba, em um carro preto sedã de vidros escuros. (Correio)