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Lira diz que Congresso não é delegacia e que CPI da Covid neste momento é perda de tempo

 



O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), criticou novamente nesta segunda-feira (26) a instalação neste momento de uma CPI para apurar o enfrentamento da pandemia da Covid-19 e disse que o Congresso não é delegacia de polícia, e sim uma Casa de leis.

Eleito para o comando da Câmara com apoio do presidente Jair Bolsonaro, principal alvo da CPI da Covid no Senado, Lira afirmou que o momento atual exige a busca de soluções para a pandemia, e não que se paralise uma das Casas para encontrar culpados pelos erros no combate à crise sanitária.

“Eu acho, é minha opinião, e ela é pública, é perda de tempo neste momento se instalar uma CPI porque o Congresso não é delegacia de polícia neste momento, é a Casa de leis”, disse em entrevista à rádio Jovem Pan, em compromisso que não constava de sua agenda oficial.

“Neste momento, nós precisamos produzir leis que facilitem a vida do cidadão, que cuide do emprego, de quem gere renda, e que dê uma perspectiva melhor para a administração pública, como a reforma tributária.”

O deputado disse que a CPI vai funcionar com 10%, 15% dos senadores, mas vai ocupar espaço na mídia, exigir informações de órgãos do governo e usar estruturas do Senado em um momento em que o foco deveria ser na busca de soluções para a crise.

“Quem fez besteira, quem errou já está pego. Já se tem informações”, disse.

“Reunir senadores, trancar senadores, que têm mais idade, num momento desses de recrudescimento [da pandemia]…além do que neste momento em nada vai contribuir para a diminuição de mortos ou aumento de vacinas, que é o que nós precisamos.”

A CPI da Covid deve ser instalada nesta terça-feira (27), quando serão escolhidos oficialmente presidente, vice-presidente e relator da comissão. Ela irá apurar ações e omissões do governo federal na pandemia, além de repasses federais a estados e municípios.

As investigações deverão ajudar a compreender o envolvimento de Bolsonaro nas políticas do governo de combate à pandemia e fornecer elementos para sua eventual responsabilização.

O governo conta com apenas 4 dos 11 membros titulares. A situação de desvantagem se reflete na perda dos principais cargos, com a presidência caindo nas mãos do independente Omar Aziz (PSD-AM). O maior temor do Planalto, no entanto, é a relatoria destinada a Renan Calheiros (MDB-AL).