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Ex-coordenador de esportes da TV Bahia desabafa após ser acusado de furto na emissora

 

Ex-coordenador de esportes da TV Bahia desabafa após ser acusado de furto na emissora
Foto: Reprodução / Instagram

O jornalista Hildázio Santana, que atuava como coordenador de esportes da TV Bahia, divulgou em suas redes sociais um forte desabafo após ser desligado da emissora sob a acusação de furto.

 

Em um texto compartilhado com os seguidores no Instagram, o jornalista conta que foi chamado em uma sala pelo diretor de jornalismo da emissora, Eurico Meira, a quem tinha como um amigo dentro da empresa, e coagido a confessar um furto.

 

"Nunca pensei que em 20 anos na TV Bahia, eu iria viver um ato tão cruel por uma pessoa que estava ali para me apoiar. Uma pessoa que deveria ser exemplo no orientar, falar e no cuidar. O racismo é silencioso e desumano"hildaziosantana

Até quando ?

Meu nome é Hildázio Santana. Me formei em jornalismo em 2007. Coincidentemente completei ontem 14 anos de formado. Sempre soube que a função do jornalista é informar e formar opiniões. Noticiar nunca foi uma missão fácil. Ainda mais quando se trata de notícia ruim. Imagina falar na tv que uma garotinha foi estuprada pelo próprio pai? Dizer isso através da tela nunca será fácil para o jornalista, nem para quem está do outro lado ouvindo. Ou receber a notícia que o assassino do seu filho ainda está solto? E se você foi julgada suspeita de furto por uma loja pelo simples fato de ter uma aparência humilde ou por ser negra? Não é fácil, amigos. Mas ser jornalista, é tomar todos os cuidados ao noticiar essas informações com critério, isenção e respeito com familiares e vítimas. Mas, quando a vítima é você, o jornalista? E agora? O que fazer? Nunca pensei que em quase 20 anos na Tv Bahia, eu iria viver um ato tão cruel por uma pessoa que estava alí para me apoiar. Uma pessoa que deveria ser exemplo no orientar, falar e no cuidar. O racismo é silencioso e desumano. Semana passada dois amigos me disseram que sofremos todos os dias atitudes racistas e não percebemos. “Apanhamos” todos os dias e não percebemos. O “chicote” vira e mexe volta para tentar mostrar para nós, negros, onde é nosso lugar. No dia 20 de outubro eu senti isso. Uma dor que até hoje está presente. E tenha certeza, não vai se apagar nunca da minha memória. Tudo isso faltando apenas um mês para o Dia da Consciência Negra. Estava preparando reportagens especiais para a data. Mas hoje entendo que não devemos apenas noticiar, fazer grandes reportagens para este dia... e sim GRITAR todos dias! Claro que sim. Chega! Precisamos dar um basta. E por isso eu compreendi que precisava falar, me defender, me posicionar.
Eurico Meira, diretor de Jornalismo da Rede Bahia de Televisão, um dos maiores veículos de comunicação do estado, empresa na qual tive o maior orgulho de trabalhar nesses quase 20 anos, me colocou em uma situação que peço que vocês reflitam comigo quando