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Planalto pega carona em novo escândalo no MEC

 

Michael Melo/Metrópoles

O Ministério da Educação insiste em envolver o governo Bolsonaro e seus principais aliados em denúncias de corrupção. Nem esfriou o suposto caso dos pastores lobistas que intermediaram verbas da pasta para prefeitos de partidos da base – que derrubou o ex-ministro Milton Ribeiro – o Estadão noticia um sobrepreço de 732 milhões de reais em uma licitação de ônibus escolares que ocorrerá no próximo dia 5 de abril.A mais recente denúncia tem muito em comum com o caso anterior. Novamente a corrupção avança sobre o dinheiro do FNDE, Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação, presidido por Marcelo Ponte, indicado ao cargo pelo ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, de quem foi chefe de gabinete.

E o chefão do Progressistas tem foto e vídeo para comprovar sua relação com o imbróglio. Como senador, Nogueira divulgou a entrega de ônibus escolares no Piauí, seu estado de origem, ao lado de Marcelo Pontes. Foi no final de 2020. Como ministro, continuou participando dessas entregas. É possível acreditar que Pontes está agindo isoladamente?

Segundo o Estadão, a licitação prevê a aquisição de 3.850 veículos para o programa Caminho da Escola. De acordo com o setor técnico da pasta, cada veículo deveria custar R$ 270,6 mil. Com a autorização de Pontes e Garigham Amarante, diretor do órgão, o governo poderá pagar até R$ 480 mil por cada ônibus. O valor total da compra teve um aumento de 55%, passando de R$ 1,3 bilhão, para 2,045 bilhões.Pareceres do órgão técnico do Ministério da Educação, da Controladoria Geral da União e da Advocacia-Geral da União alertaram para o sobrepreço. Foram ignorados. Garigham Amarante alegou que a inflação e os impactos da pandemia justificavam o aumento. Segundo o jornal, ele é uma indicação de Valdemar Costa Neto, presidente do PL, Partido Liberal, legenda com que Bolsonaro tentará reeleger-se em outubro.

O deputado Ivan Valente (PSOL-SP) já protocolou no MP pedidos para suspender a licitação e investigar Pontes e Amarante. Candidata do MDB à Presidência, a senadora Simone Tebet disse que “depois do “vacinaço” e do “tratoraço”, agora o “onibaço”.

A denúncia nada deve alterar a vida dos políticos envolvidos, pois são intocáveis, com total apoio de Bolsonaro. Como já não há ministro para derrubar, talvez Pontes deixe o Fundo para trabalhar em algum órgão no Piauí. Mas com ou sem segundo mandato, nos próximos anos o Ministério Público e a Polícia Federal possa visitar os envolvidos. Seja na Saúde, Educação, Infraestrutura, o que não faltam são casos de corrupção no governo que acabou com a corrupção.