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Petrobras tem lucro estúpido em contexto de arrocho do brasileiro com gasolina e diesel

 


Enquanto brasileiros pagam quase R$ 8 no litro da gasolina, petroleira tem lucro muito superior em relação às suas concorrentes, nos Estados Unidos e na China
Reportagem publicada originalmente no Jornal da Metropole 

Milhões perdem, um lucra. Esta lógica desigual se aplica perfeitamente à relação entre povo brasileiro e a empresa Petrobras. Enquanto consumidores estão pagando mais caro nos combustíveis — e sofrendo, por consequência, com reajustes em produtos que incluem fretes rodoviários —, a empresa pública anunciou faturamento recorde (líquido) de R$ 44,561 bilhões no primeiro trimestre de 2022.

O resultado foi 3.718,4% maior do que apurado no mesmo período do ano passado. Em levantamento feito, levando em consideração dados da plataforma de informações Economatica, a Petrobras teve ganhos reais muito superiores a todas as suas principais concorrentes no exterior.

A petroleira brasileira chegou a 31,6% de margem de lucro no período. A americana Chevron, segunda colocada, teve a margem de 11,5%. A asiática PetroChina, quinta colocada, lucrou 5,6%.

Este é o maior dividendo já divulgado por um empresa de capital aberto no país para o primeiro trimestre, segundo um levantamento elaborado por Einar Rivero com a plataforma da TC/Economatia.

De acordo com especialistas na área, o lucro foi influenciado principalmente pelo aumento do preço do barril de petróleo no mercado internacional, em decorrência da invasão da Rússia na Ucrânia. Mas, sobretudo, pelo maior volumes de venda no mercado interno (aumento da gasolina e do diesel), além de corte de custos.

Enquanto brasileiros chegaram a pagar quase R$ 8 no litro da gasolina, a União, maior acionista da Petrobras, lucrou em R$ 123 bilhões com royalties de petróleo e demais participações.

VÁRIOS PRESIDENTES

Desde que assumiu a gestão do país, Jair Bolsonaro (PL) já indicou quatro presidentes para a Petrobras. O atual é Caio Mário Paes de Andrade, ex-auxiliar do ministro Paulo Guedes no Ministério da Economia — no qual ocupava o cargo de secretário de Desburocratização.