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Antibiótico é o medicamento que mais falta em SP, dizem farmacêuticos

 

Antibiótico é o medicamento que mais falta em SP, dizem farmacêuticos
Foto: Arquivo / Agência Brasil

Pela segunda vez em menos de três meses, a professora Ana Elisa dos Santos, 36, tem enfrentado, sem sucesso, uma busca em quase uma dezena de farmácias atrás de antibióticos para os filhos. O país vive um apagão de medicamentos e insumos médicos.
 

Uma pesquisa feita pelo CRF-SP (Conselho Regional de Farmácia de São Paulo) identificou que os antibióticos estão entre os medicamentos com maior escassez no mercado. Remédios simples e classificados como essenciais, como amoxicilina e azitromicina, são os que mais faltam nas farmácias paulistas.
 

Segundo o levantamento, feito com 1.152 farmacêuticos de todas as regiões do estado, 98,5% dos profissionais disseram sofrer com o desabastecimento de remédios. Entre as categorias que mais relatam ter dificuldade de comprar estão os antibióticos (93,5%), mucolíticos (76,5%), antialérgicos (68,6%) e analgésicos (60,5%).
 

A pesquisa foi feita, de forma online, entre os dias 19 e 30 de maio deste ano. No entanto, o conselho diz que o desabastecimento persiste, sem perspectiva de ações que solucionem o problema.
 

É a situação que Ana Elisa tem enfrentado pela segunda vez. No início de maio, o filho mais novo de 5 anos teve uma otite e precisou tomar azitromicina. Ela demorou quatro dias para encontrar o remédio.
 

Agora, percorre as farmácias novamente atrás do mesmo medicamento para o filho mais velho, de 7 anos, que está com faringite. "Na primeira vez, achei que fosse uma falta esporádica pela entrada do outono e aumento das doenças respiratórias em crianças. Estou chocada em saber que o problema continua."
 

Outra pesquisa, feita pelo CFF (Conselho Federal de Farmácia), também identificou que 97,4% dos profissionais da área da saúde tiveram problemas com o desabastecimento de remédios imprescindíveis.
 

O levantamento foi realizado entre 21 e 26 de junho deste ano com 883 médicos, farmacêuticos, enfermeiros e administradores de unidades de saúde de todas as unidades da Federação.
 

"Há meses estamos pedindo soluções para o problema e nada muda. Também não há previsão de mudança a curto prazo. Enquanto isso, a população vive uma situação sem precedentes de falta de remédios essenciais", diz Luciana Canetto, vice-presidente do CRF-SP.