Saiba quem são os empresários bolsonaristas do grupo de WhatsApp que apoiam golpe
Um dos assuntos mais comentados do momento na política brasileira são as conversas de um grupo no WhatsApp com empresários apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL). A revelação foi feita pelo portal Metrópoles, parceiro do Bahia Notícias, e expôs mensagens de apoio a um golpe de Estado caso Luiz Inácio Lula da Silva (PT) seja eleito em outubro, derrotando o atual presidente.
Após as conversas virem à tona, o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) a acionou o Supremo Tribunal Federal (STF) para conseguir a quebra de sigilo dos empresários quebra. O PSOL também pediu ao STF a abertura de investigação contra os integrantes do grupo.
Saiba mais sobre os empresários citados na reportagem:
Luciano Hang
O empresário Luciano Hang é fundador da rede varejista Havan. Amigo de Jair Bolsonaro, Hang costuma dar declarações favoráveis ao presidente e é frequentemente visto usando camisetas ou ternos com as cores da bandeira do Brasil, em sinal de apoio ao governo.
Durante a pandemia da COvid-19, o empresário foi contra o isolamento social e criticou a vacina. Hang aparece na lista de mais ricos do mundo da Forbes. Hoje, sua fortuna é estimada em US$ 4,8 bilhões. O executivo vem tentando abrir o capital da companhia, sem sucesso.
Afrânio Barreira
Afrânio Barreira é fundador da rede de restaurantes cearense Coco Bambu, especializada em frutos do mar, que tem 64 unidades em vários Estados. O negócio foi criado em Fortaleza, em 1989, e começou a se expandir para outras regiões do País nos últimos dez anos.
Procurado, Barreira afirmou: “Participo de vários grupos com colegas e amigos que tratam de diversos assuntos, e, as vezes, de política. Com frequência me manifesto com reações em ‘emoticon’ a alguma mensagem, sem necessariamente estar endossando seu teor ou ter lido todo o seu conteúdo.”
“São centenas de grupos, milhares de mensagens e publicações para serem lidas e respondidas todos os dias. Dito isto, ratifico que meu apoio é pelo processo eleitoral que começou nesse mês de agosto. Por fim, informo que não tenho contato com integrantes do Governo Federal, ou mesmo com o presidente, para qualquer tipo de pauta política. Não sou político, sou um empresário e cidadão”, afirmou.
Meyer Nigri
Meyer Nigri é fundador e controlador da empresa do setor imobiliário Tecnisa. Foi um dos primeiros empresários de expressão nacional a apoiar Bolsonaro, ainda na campanha de 2018. De lá para cá, Nigri ganhou trânsito livre em Brasília e articulou propostas.
Em 2020, Nigri foi contaminado pelo coronavírus em m jantar com amigos do presidente Jair Bolsonaro na Embaixada de Israel, em Brasília. Ele ficou 160 dias internado, 16 dias completamente sedado, com a ajuda de aparelhos para respirar. Quando saiu, pesava 38 quilos a menos. O empresário saiu do hospital de cadeira de rodas e fez sessões de fisioterapia para voltar a andar.
Procurado, Nigri disse à reportagem: “Você acha que eu to planejando golpe de Estado? Pelo amor de deus. Não tenho o que explicar.”
José Isaac Peres
Fundador e controlador da gigante dos shoppings Multiplan, José Isaac Peres está entre os bilionários brasileiros, com fortuna avaliada pela Forbes em US$ 1,2 bilhão. A Multiplan é uma das maiores empresas de shoppings do país, com 20 unidades, mais de 5.800 lojas e cerca de 190 milhões de visitas ao ano.
Em meio à pandemia, o empresário classificou as determinações de autoridades para fechar o comércio como radicalismo. Procurado, Peres disse “que sempre teve compromisso com a democracia, com a liberdade e com o desenvolvimento do País.”
Marco Aurélio Raymundo
Mais conhecido pelo apelido Morongo, o médico gaúcho Marco Aurélio Raymundo fundou a marca de surfwear Mormaii. Há mais de 40 anos no mercado, a marca é ligada aos esportes de ação e à cultura do surfe e conta com dezenas de lojas franqueadas, além de studios fitness e quiosques. No total, a Mormaii tem mais de cinco mil produtos com o nome da marca.
Procurado, através de sua assessoria, Morongo informou que aguardará o fim das publicações para se manifestar sobreo caso. “O Morongo lamenta profundamente e repudia a postura de profissionais que distorcem os fatos e não levam a notícia ao público com veracidade. Por discordar completamente dessa condução de fatos, opta por aguardar a finalização da publicação da série de reportagens que foram anunciadas para tecer quaisquer considerações a respeito”, declarou em nota.
André Tissot
André Tissot é presidente do Grupo Sierra, reconhecido internacionalmente pela produção de móveis de luxo de madeira. Criado em 1990, em Gramado (RS), o grupo ficou 32 dias com as atividades paralisadas em meio à pandemia, mas disse ter sido beneficiada pelo aumento demanda, à medida que, por causa da própria pandemia, as pessoas ficaram mais em casa.
Procurado, Tissot não se manifestou.
José Koury
José Koury é proprietário do shopping Barra World, no Rio de Janeiro. O empresário atua no mercado imobiliário da cidade. Em abril, participou de almoço de empresários cariocas com o presidente Jair Bolsonaro.
Procurado, Koury não se manifestou.
Ivan Wrobel
O empresário Ivan Wrobel é dono da construtora de imóveis de alto padrão W3 Engenharia, com atuação principalmente na Zona Sul do Rio de Janeiro. Segundo o Metrópoles, no grupo de mensagen no Whatsapp, o empresário se apresentou como eleitor de Jair Bolsonaro desde seu segundo mandato como deputado.
Procurado, Wrobel não se manifestou.
Vitor Odisio
Vitor Odisio se apresenta nas redes sociais como CEO da Thavi Construction, engenheiro, coach, mentor e empreendedor social.
Procurado, Odisio não se manifestou.
Carlos Molina
Carlos Molina é fundador e sócio-diretor da empresa Polaris, que presta serviços de auditoria, pesquisa e consultoria de processos, com especialização na auditoria, acompanhamento e avaliação dos serviços executados por prestadores terceiros.
Procurado, Molina não se manifestou.
Com informações do jornal Estadão.