Orgasmos múltiplos, torpor e sensação de “alcançar o nirvana” são algumas das promessas sexuais de um lubrificante feito com compostos da Cannabis, planta da maconha. Conhecido como “Xapa Xana”, o óleo rico em tetrahidrocanabinol – o famoso THC – era o carro-chefe da associação criminosa especializada no tráfico de drogas desmantelada pela Polícia CivilO esquema era comandado por um casal residente em Pirenópolis (GO) desde 2018, segundo as apurações da Coordenação de Repressão às Drogas (Cord). A maconha era utilizada como matéria-prima para a elaboração de produtos que iam de protetores labiais a lubrificantes vaginais. O bando faturava alto, já que os itens custavam caro: alguns passavam de R$O casal operava um grupo no WhatsApp como canal de comunicação direto com os usuários dos diversos tipos de drogas. O grupo existia desde 2021 e contava com diversos perfis cadastrados com linhas telefônicas da capital do país. 900.Por meio desse canal de diálogo, era possível receber catálogos de produtos e promoções dos itens à base de maconha. Com mais de 60 mil seguidores nas redes sociais, o bando distribuía em todo o território brasileiro.Xapa Xanaqando comercializavam o lubrificante, que tinha preços partindo de R$ 130 – o frasco com cerca de 15 ml –, os criminosos frisavam que a substância era um produto “especializado para a região íntima rico em canabinoides. Ao aplicar diretamente na vagina, outros neurotransmissores são ativados e liberados no nosso corpo, em especial o óxido nítrico”, dizia a propaganda.Além de supostamente garantir orgasmos múltiplos, o lubrificante, de acordo com o casal de traficantes, promovia o suposto tratamento da região íntima. “Nosso lub das deusas, perfeito e sem defeitos. É feito com flores da cannabis orgânica. Além de estimular a área íntima, promovendo orgasmos incríveis, ele pode ser usado para tratar fissuras e ressecamenvaginal”, apontava outra propaganda.