O carioca Ionácio Santana sabe escrever e ler apenas o básico
( Leo Corrêa)
"O analfabetismo tem endereço no Brasil: está concentrado na
população mais velha e nordestina", frisa Maria Lucia Vieira,
coordenadora da pesquisa e gerente do IBGE.
Pela primeira vez em quinze anos, a taxa de analfabetismo cresceu
no Brasil. É o que mostra a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios
(Pnad), realizada em 2012 e divulgada nesta sexta-feira pelo Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A taxa de pessoas de 15
anos de idade ou mais que não sabem ler nem escrever subiu de 8,6% em
2011 para 8,7% no ano passado. Isso significa que no período de um ano, o
país "ganhou" 300.000 analfabetos, totalizando 13,2 milhões de
brasileiros. A tendência de queda, que se mantinha desde 1997,
estacionou, despertando a atenção dos pesquisadores do IBGE, que agora
se debruçam em busca de explicações. "Ainda estamos verificando o que
levou a essa variação, já que o porcentual vinha caindo há tanto tempo",
diz Maria Lucia Vieira, coordenadora da pesquisa e gerente do IBGE.