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Auto de resistência é instrumento de defesa”, diz coronel após episódio que deixou 12 mortos em suposto confronto

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Coronel Brandão | Foto: Marina Silva
Aos 52 anos de idade — 32 de farda — e depois de ter passado por diversas companhias dentro da Polícia Militar, o coronel Anselmo Brandão, natural de Juazeiro, no Vale do São Francisco, foi escolhido pelo governador Rui Costa (PT) para assumir o Comando-Geral da corporação. 
Há dois meses no cargo, o homem de voz firme, mas discurso tranquilo, já enfrenta turbulências, como a repercussão de duas operações de PMs das Rondas Especiais (Rondesp) que resultaram em 15 mortes – 12 no Cabula e três, em Cosme de Farias. Ele afirma que os PMs envolvidos na ação do Cabula estão tendo acompanhamento psicológico e defende como instrumento legal o auto de resistência — quando a polícia alega que a morte ocorreu em confronto. Para ele, uma corregedoria forte protege policiais vítimas da violência. “Nós temos uma tropa que já tem, na sua essência, o compromisso de cumprir a missão. O policial, quando formado, já sai com essa identidade de fazer segurança pública. As dificuldades são em decorrência da própria natureza do serviço. Por ser estressante, a todo momento o serviço precisa ser avaliado, aprimorado e corrigido. Temos 32 mil homens. Tem que ser um trabalho de educação continuada e constante. Muitos policiais que incorporaram a filosofia do policiamento comunitário, de atendimento ao cidadão, com o passar do tempo, absorve até problemas que a comunidade vive. Ele começa a ficar mais estressado, ter problema de saúde. Temos hoje um centro de tratamento de policiais, inclusive de trauma pós-embates. Isso que aconteceu no Cabula (onde, em 6 de fevereiro, 18 pessoas foram baleadas por policiais militares e 12 morreram)… esses policiais estão sendo acompanhados por psicólogos, médicos, para que voltem com melhor condicionamento físico e mental”, disse o coronel em entrevista ao Correio24horas.