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Lindbergh acusa Moro de abuso de autoridade e juiz critica “criminalização da Lava Jato

Edilson Rodrigues/Agência Senado
Edilson Rodrigues/Agência Senado
“Então a intenção é criminalizar ações com a Lava Jato?”, questiona Sérgio Moro

Uma queda de braço verbal marcou a sessão temática em curso no Senado para discutir o projeto de lei que trata do abuso de autoridade (PLS 280/2016). O evento foi idealizado pelo presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL), e reúne o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes e o juiz federal Sérgio Moro, responsável pelas ações da Operação Lava Jato, entre outros. E foi justamente Moro, provocado pelo líder da minoria no Senado, Lindbergh Farias (PT-RJ), que protagonizou – junto com o petista – o momento mais tenso do debate.
A sessão temática foi transmitida em tempo real na página oficial do Senado no Facebook, algo que jamais aconteceu. Em sua intervenção, o senador Lindbergh questionou Moro sobre a condução coercitiva do ex-presidente Lula, em 4 de março, e sobre o episódio da gravação de uma conversa entre os ex-presidentes Lula e Dilma. Segundo o senador, houve um claro abuso de poder por parte das ações da força-tarefa da Lava Jato.
Marcos Oliveira/Agência Senado
Entre Renan e Requião, Moro ouve Lindbergh criticá-lo na tribuna
“Imagine, nos Estados Unidos, um juiz de primeira instância do Texas gravar uma conversa de Bill Clinton com Obama e divulgá-la em horário nobre horas depois da gravação. Foi isso o que houve naquele caso”, afirmou Lindbergh.
Sérgio Moro, por sua vez, afirmou que fica preocupado com comentários desta natureza.”Fica claro aqui que se está afirmando que eu, na condução do caso, cometi abuso de autoridade e devo ser punido”, lamentou, partindo para a crítica.
“Então, a intenção é essa? Criminalizar todas essas autoridades [do judiciário], porque há divergência eventual na interpretação que foi adotada pelos juízes? Então, a questão sobre se a Operação Lava Jato, como muitos dizem, é de fato sagrada, tem que se pensar realmente acerca da proposição dessa inovação da Lei de Abuso de Autoridade e na intenção aparentemente explícita de que sejam criminalizados agentes envolvidos nessa operação”, concluiu o juiz