Presa a mãe que introduzia objetos no ânus da filha de sete anos e emprestava a criança para homens fazerem sexo
27/12/2016 14h42
A delegada titular da Delegacia da Criança e do Adolescente
Vítima (DCAV), Juliana Amorim (foto), afirmou nesta segunda-feira (26) que já
foram identificados dois suspeitos de estuprar e submeter a maus tratos uma
criança de 7 anos. A mãe da vítima, que segundo a polícia permitia os abusos,
foi presa em Nilópolis, município da Baixada Fluminense, quando tentava fugir
para uma comunidade na capital do estado.
“O caso começa no nascimento dessa criança. Ela foi abandonada,
criada por várias pessoas e viveu um ciclo de violência, que foi interrompido
pela polícia. Ela foi abandonada pela mãe. Quando voltou aos braços da mãe,
esta fazia tudo para infligir sofrimento a ela. A mãe dizia: ‘Tenho nojo dessa
criança'”, relatou à delegada. A delegacia investiga se a própria suspeita
também foi vítima de abusos durante o decorrer da sua vida. Ela é mãe de oito
filhos.
Segundo o delegado assistente Rodrigo Bechara, a mãe dizia para
outra filha que a menina “tinha que sofrer”. A maioria dos crimes, segundo o
testemunho da irmã da vitima, acontecia na frente das próprias filhas da
acusada. “Foi concedido o pedido de prisão temporária de 30 dias para ela”,
afirmou Juliana Emerique. A vítima está internada em uma UTI pediátrica.
Segundo as investigações, a suspeita, de 44 anos, permitia que
homens que frequentavam sua casa praticassem sexo e outros atos libidinosos com
a criança. Dentre os suspeitos, estão um avô de consideração e o próprio pai da
menina. Segundo uma testemunha, a menina tinha objetos inseridos no corpo – o que
coincidiu com a análise médica.
“Foi detectado que essa criança sofria violência sexual, para
satisfazer a libido da mãe e das outras pessoas a quem a mãe liberava”, contou
a delegada.
Entenda o caso
Em 5 de dezembro, a mulher foi presa em flagrante pelo crime de
maus tratos contra a filha. Segundo a Polícia Civil, a suspeita teria levado a
criança a uma unidade de atendimento médico, onde alegou que a mesma havia se
ferido em uma queda.
Os profissionais de saúde observaram que as lesões não eram
compatíveis com as alegações da mãe e acionaram a polícia. O delegado de
plantão autuou a mãe em flagrante pelos maus tratos e, por terem sido
observadas lesões sugestivas de abuso sexual na criança, encaminhou nova
investigação, desta vez por estupro, para a DCAV.
Em audiência no dia seguinte, a mãe da criança conseguiu o
direito de responder pelo crime em liberdade. Após reunir novas provas, a
delegada Juliana Amorim pediu a prisão da suspeita, que foi decretada pela
Justiça. A mãe, então, foi presa novamente na última sexta-feira (23).
Segundo a delegada, a mãe da menina nega todos os crimes e diz
que considerava tudo “absolutamente normal”. A irmã da vitima, de 12 anos, cujo
testemunho é considerado fundamental, deve ficar com uma tia.
Essa menina de 12 anos era obrigada, ainda de acordo com a
delegada, a bater na irmã. “O atual companheiro da suspeita chegou a dizer que
considerava terminar com o relacionamento porque ela era muito agressiva com as
crianças”, afirmou.