Por que o Brasil não consegue eliminar a hanseníase .
O Brasil registrou mais de 26 mil novos casos de hanseníase em 2016. A cifra coloca o país no topo de um ranking desconfortável: aparece em 2º lugar na lista dos países onde é maior o número de novos casos da doença. Fica atrás somente da Índia e à frente da Indonésia, todos países com populações grandes e espalhadas por território extenso. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil carrega ainda outro título. É o único onde a doença (antigamente chamada de lepra) é ainda um problema de saúde pública: quando a taxa de prevalência, aquela que considera o número de pessoas em tratamento no momento em que o dado é coletado, é maior que uma pessoa a cada 10 mil.
No Brasil, essa taxa está em queda. Hoje, a prevalência da doença por aqui é de 1,1 pessoa doente a cada 10 mil – muito próxima da meta da OMS. O número indica avanços e é, na aparência, promissor: “Mas a verdade é que ele mascara um cenário ruim”, diz Marco Andrey Cipriani, presidente da Sociedade Brasileira de Hansenologia e professor da Faculdade de Medicina da USP de Ribeirão Preto. Segundo ele, o país vive um paradoxo estatístico: a taxa de prevalência é baixa. Passa a impressão animadora de que a doença está sob controle. Mas a taxa de detecção – que considera todas as pessoas que adoeceram num determinado ano, mesmo as que já não estão em tratamento – é alta. Em 2016, foram 12,23 novos casos a cada 100 mil habitantes: “Um sinal de que o problema está longe de ser controlado”, afirma.
No Brasil, essa taxa está em queda. Hoje, a prevalência da doença por aqui é de 1,1 pessoa doente a cada 10 mil – muito próxima da meta da OMS. O número indica avanços e é, na aparência, promissor: “Mas a verdade é que ele mascara um cenário ruim”, diz Marco Andrey Cipriani, presidente da Sociedade Brasileira de Hansenologia e professor da Faculdade de Medicina da USP de Ribeirão Preto. Segundo ele, o país vive um paradoxo estatístico: a taxa de prevalência é baixa. Passa a impressão animadora de que a doença está sob controle. Mas a taxa de detecção – que considera todas as pessoas que adoeceram num determinado ano, mesmo as que já não estão em tratamento – é alta. Em 2016, foram 12,23 novos casos a cada 100 mil habitantes: “Um sinal de que o problema está longe de ser controlado”, afirma.