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Escândalo faz Facebook perder US$ 37 bi



Ação cai 7% após revelação de que dados de usuários foram usados para favorecer eleição de Trump 


Mark Zuckerberg
O valor do Facebook na bolsa de valores de tecnologia dos Estados Unidos encolheu impressionantes US$ 35 bilhões (ou aproximadamente R$ 115,5 bilhões) entre a manhã e o anoitecer desta segunda-feira.
Para efeito de comparação, as ações da rede social caíram, só nesta segunda, o equivalente ao valor de mais de 200 mil casas populares no Brasil.
Até o fechamento do dia na Nasdaq, em Nova York, as ações do Facebook haviam caído 6,7%.
Esta é a maior redução percentual em valor de mercado do Facebook em um só dia em quatro anos, levando a capitalização de mercado da empresa de US$ 537 bilhões (ou R$ 1,77 trilhão), registrados na sexta-feira à noite, para aproximadamente US$ 500 bilhões no fim desta segunda.
O resultado teve reflexos nas principais empresas do ramo, que também tiveram resultados negativos nos EUA (enquanto a empresa que controla o Google caiu 3%, outras gigantes como Amazon, Netflix e Apple registraram quedas de até 1,5% nesta segunda-feira).
A âncora que afunda os papéis da empresa de Mark Zuckerberg foi lançada durante este fim de semana, quando diferentes reportagens da imprensa internacional denunciaram que uma consultoria teria usado informações privadas roubadas de mais de 50 milhões de membros do Facebook.
Procurado pela BBC Brasil, o Facebook nos Estados Unidos não comentou as perdas na bolsa americana, nem o escândalo revelado no fim de semana.

O caso

Segundo os jornais britânico The Guardian e The Observer, e o americano The New York Times, a consultoria Cambridge Analytica, responsável por campanhas como a do presidente Donald Trump, teve acessos a dados como amigos, curtidas, publicações, localidade, idade e estado civil de usuários para construir campanhas de marketing político.
Principal acionista do Facebok, com em torno de 16% das ações da empresa, o fundador da rede social Mark Zuckerberg perdeu, sozinho, quase US$ 5 bilhões após a divulgação do caso.
A rede social não teria informado seus clientes, usuários e acionistas sobre o uso indevido dos dados.
O pivô da crise é acadêmico de ciências da computação canadense e ex-funcionário da Cambridge Analytica Christopher Wylie, que teria vendido dados obtidos por um quiz na rede social para a consultoria.
Tratava-se de um teste de personalidade chamado "Esta é sua vida digital", semelhante a dezenas de outros muito populares entre brasileiros.