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Orçamento para a saúde no Brasil é próximo ao do africano, diz OMS

17 países africanos destinam um percentual de seu orçamento acima das taxas brasileiras
17 países africanos destinam um percentual de seu orçamento acima das taxas brasileiras (Camila Souza/GOVBA)
Dados publicados nesta quinta-feira (17) pela Organização Mundial da Saúde (OMS) revelam que o governo brasileiro destina para a saúde um percentual de 7,7% de seu orçamento geral. A taxa é inferior à média mundial, uma das mais baixas das Américas e não distante do que governos africanos também reservam de seus orçamentos para o setor.
A informação, que faz parte do relatório anual da OMS sobre as estatísticas da saúde global, foi publicada às vésperas do início da Assembleia Mundial da Saúde, que começa na próxima segunda-feira, dia 21.
De acordo com a OMS, apenas cinco países no continente americano têm um porcentual de gastos governamentais inferiores aos do Brasil, entre eles Barbados, Haiti e Venezuela.
No outro extremo estão Alemanha, Suíça, EUA e Uruguai, todos com gastos três vezes superiores aos do Brasil em termos porcentuais. Na Europa, apenas quatro países gastam menos de 7 7% de seu orçamento com a saúde: Chipre, Armênia, Tajiquistão e Azerbaijão.
Os níveis registrados pela OMS se referem aos cálculos com base no orçamento de 2015, o último ano em que se poderia fazer uma comparação global. O resultado apontou que, em média, governos gastam 9,9% de seus orçamentos com a saúde. Na Europa, a taxa chega a 12,5%, 12% nas Américas e 8,5% no Sudeste Asiático.
O índice mais próximo da realidade vivida pelo Brasil foi a da África, com 6,9% em média de gastos dos orçamentos.
Mesmo assim, 17 países africanos destinam um percentual de seu orçamento acima das taxas brasileiras. Entre eles estão Madagascar (15%), Suazilândia (14,9%) e África do Sul (14,1%).
Peso
O que os números da OMS também revelam é que a saúde ainda tem um peso grande para os orçamentos das famílias brasileiras. A compilação conclui que um quarto das famílias no País destina mais de 10% do orçamento doméstico para ser atendida. Apenas quatro países no mundo contam com índices superiores ao brasileiro: Georgia, Nicarágua, Nepal e Egito.
Na média mundial, 11,7% das famílias gastavam mais de 10% com saúde. Na Europa, a taxa é de menos de 7%. Um parcela de 3,5% da população brasileira ainda é obrigada a gastar mais de 25% de seu orçamento com a saúde.
Somando gastos privados e públicos, cada brasileiro gasta, em média, US$ 780 por ano. No mundo, a média é de US$ 822,00. A OMS ainda destaca que, em países como a Dinamarca, os investimentos chegam a US$ 5,4 mil, enquanto a média europeia é de US$ 2,1 mil.

Agência Estado