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07 de Agosto - Lei Maria da Penha completa 12 anos

07 de Agosto - Lei Maria da Penha completa 12 anos
Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/ AgĂȘncia Brasil
Sancionada em agosto de 2006, a Lei nÂș 11.340 foi um importante marco para a defesa dos direitos das mulheres no Brasil. Conhecida pelo nome popular de Lei Maria da Penha, a legislação que pune os autores de violĂȘncia no ambiente familiar completa, nesta terça-feira (7), 12 anos de existĂȘncia. O nome popular foi dado em homenagem Ă  farmacĂȘutica Maria da Penha Fernandes. Em 1982, seu marido tentou assassinĂĄ-la duas vezes. Na primeira, ela ficou paralĂ­tica apĂłs levar um tiro nas costas. Apesar do crime, o julgamento contra o ex-marido transcorreu lentamento e Maria da Penha decidiu, em 1998, denunciar o caso Ă  Corte Interamericana de Direitos Humanos. O Brasil foi condenado pela Corte que recomendou a criação de uma legislação para prevenir e punir casos de violĂȘncia domĂ©stica. A Lei nÂș 11.340 classifica como violĂȘncia domĂ©stica e familiar contra a mulher açÔes ou omissĂ”es baseada no gĂȘnero causem morte, lesĂŁo, sofrimento fĂ­sico, sexual ou psicolĂłgico e dano moral ou patrimonial nos Ăąmbitos: da unidade domĂ©stica, que compreende o espaço de convĂ­vio permanente de pessoas, com ou sem vĂ­nculo familiar; da famĂ­lia, compreendida como a comunidade formada por indivĂ­duos que sĂŁo ou se consideram aparentados; e em qualquer relação Ă­ntima de afeto, na qual o agressor tenha convivido com a ofendida. No entanto, nem tudo ainda Ă© positivo. Apesar de ter estabelecido uma maior punição, muitos agressores ainda ignoram as consequĂȘncias das alteraçÔes. O nĂșmero de processos que tramita no judiciĂĄrio no tema violĂȘncia contra mulher chega a quase 1 milhĂŁo. Do total, cerca de 10 mil casos sĂŁo de feminicĂ­dio. Para o especialista em direito penal e professor do Centro PreparatĂłrio JurĂ­dico (CPJUR), RogĂ©rio Cury, o problema no Brasil tem um carĂĄter cultural. – A violĂȘncia contra a mulher Ă© uma infeliz realidade, e o que vivemos hoje, infelizmente sĂŁo as consequĂȘncias de um carĂĄter cultural ultrapassado onde tĂ­nhamos raĂ­zes que reforçavam a violĂȘncia de gĂȘnero, a força masculina, e a hierarquia patriarcal conservadora – aponta. RogĂ©rio Cury tambĂ©m destacou que Ă© preciso mudar o pensamento da sociedade para se ter uma redução nesde tipo de crime. – Para que haja de fato uma diminuição do nĂșmero de vĂ­timas, Ă© necessĂĄrio um efetivo trabalho de conscientização da sociedade, com sensibilização no sentido de prevenção desse tipo de delito. É essencial acabar com os ideais que motivam o crime, e por isso Ă© fundamental promover em definitivo, mudanças complexas na educação das pessoas, pois sĂł a ação do Direito Penal nĂŁo reduzirĂĄ a delinquĂȘncia dos agressores – destaca. (Pleno.News)