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Petrobras testa diesel renovável com clientes e vê maior valor no refino, diz diretor

 A Petrobras iniciará em janeiro junto a clientes testes com diesel coprocessado com óleos vegetais produzido na Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar), no Paraná, enquanto aguarda avanços na regulação brasileira que permitam a inserção de seu novo produto com teor renovável no mercado, disse o Logo da Petrobras na sede da empresa no Rio de Janeiro
16/10/2019 
REUTERS/Sergio Moraes

Logo da Petrobras na sede da empresa no Rio de Janeiro 16/10/2019 REUTERS/Sergio Moraes
Foto: Reuters

Com duração de cerca de seis meses, os testes terão o objetivo de avaliar qualidade e performance do produto, e contarão com a participação de uma distribuidora e de uma frotista de ônibus, cujos nomes não foram revelados.diretor da área de refino da empresa à Reuters.A petroleira já testou com sucesso o sistema de produção do chamado diesel renovável na Repar, em meados de 2020, mas a nova fase é importante para confirmar a efetividade do produto, que pode aumentar a mistura de conteúdo não fóssil no diesel comercializado no país, mas é tido como um concorrente pela indústria do biodiesel tradicional.

Em entrevista à Reuters, o diretor de Refino e Gás da petroleira, Rodrigo Costa, apontou que a iniciativa do diesel renovável visa acompanhar evoluções do mercado internacional, que caminham para a transição energética, e ainda adicionam valor à refinaria, que está à venda pela estatal.

A Repar já tem capacidade de produzir 114 mil toneladas do combustível renovável por ano a partir do coprocessamento de óleo de soja refinado.

"(O teste) vai confirmar de fato a efetividade desse produto no consumidor propriamente dito. Para avaliar qualidade, performance...", disse Costa, que mostrou orgulhoso na videoconferência uma miniatura de barril preenchido com o diesel renovável transparente da petroleira.

"É uma refinaria que está acompanhando transição energética... (Tais investimentos) combinam uma obrigação que a gente tem, que é dar continuidade a operações no negócio, e ainda valoriza, torna ainda mais atrativo o ativo (para a venda)."

Como parte dos testes, uma distribuidora vai misturar o novo produto ao diesel vendido em postos que contém atualmente uma mistura de diesel fóssil com 10% de biodiesel.

Após o processo de mistura, Costa explicou que o produto que irá rodar no tanque terá 5% de combustível renovável da Petrobras e 10% de biodiesel de base éster.

"No final, o cliente fica com 15% de conteúdo renovável", destacou.

Segundo a Petrobras, o produto coprocessado tem moléculas iguais às do diesel mineral, podendo ser misturado ao diesel sem nenhuma restrição. No caso do biodiesel tradicional, a qualidade com uma mistura maior vem sendo contestada, um movimento que produtores consideram um "ataque" coordenado.