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Comandante Geral da PM-BA se reúne com a UPB após confusão entre soldado e prefeito



O caso dividiu opiniões na Bahia após um vídeo da situação cair nas redes sociais

O comandante geral da Polícia Militar (PM-BA), coronel Paulo Coutinho, disse na tarde desta quinta-feira (7), durante reunião com a cúpula da União dos Municípios da Bahia (UPB), que a corporação vai investigar a conduta do soldado Welton Correia contra o prefeito de Ipecaetá, Júnior Piaggio. A reunião aconteceu no Quartel Do Comando Geral (QCG).

O desentendimento entre o prefeito e o policial ocorreu no dia 31 de dezembro durante a realização da 9ª edição da Corrida de São Vicente. O caso dividiu opiniões na Bahia após um vídeo da situação cair nas redes sociais (assista abaixo)

Durante a reunião, o prefeito de Ipecaetá apresentou documentos e vídeos e formalizou a solicitação pedindo que o Comando da PM investigue o caso. “O presidente entrou em contato comigo no mesmo dia, o assessor jurídico também e hoje estamos aqui nessa reunião agendada pela UPB para reforçar nossa posição”, disse Júnior Piaggio, em nota.

Aos gestores, o comandante Coutinho assegurou que será aberta uma sindicância para apurar a conduta do soldado. “A PM é parceira dos municípios para zelar pela nossa população. É importante que essa relação harmônica continue acontecendo para que a segurança pública seja fortalecida. O comandante nos garantiu que serão tomadas as providências necessárias”, relatou o presidente da UPB, Zé Cocá (PP).

 A reunião contou ainda com a presença dos prefeitos da Microrregião de Feira de Santana: Gilson Cerqueira (Santanópolis); José Gonzaga (Ichu); Adriano Lima (Serrinha); Kley Carneiro (Coração de Maria); Renan Araújo (Água Fria); e os gestores membros da Câmara Setorial de Segurança Pública da UPB, prefeitos Heráclito Arandas (Jaguaripe) e Yure César (Pedro Alexandre).

No início da semana, a UPB classificou o caso como "agressão" e disse que o chefe do Executivo municipal foi "ofendido" pelo soldado após solicitar o apoio da guarnição da cidade para a realização do evento. A prefeitura de Ipecaetá, por sua vez, ressalta que "não houve desacato ou qualquer atitude por parte do prefeito que justificasse a ação do PM". Já colegas da corporação declararam apoio ao soldado e apontam perseguição política do prefeito à corporação.

Apoio de colegas

A Associação de Praças da Polícia e Bombeiro Militar da Bahia (APPMBA), na condição de entidade representativa das praças das Polícias e Bombeiros Militares do Estado,  declarou em nota que que "repudia veementemente as palavras de ameaças e abuso de poder político que foram perpetrados pelo prefeito da cidade de Ipecaetá (BA), Júnior Piaggio, contra o SD PM Welton Correia".

"A Polícia Militar tem suas atribuições legais elencadas no Art. 144 da Constituição Federal de 1988, bem como na Lei Estadual n° 7.990/2001, portanto não há qualquer relação de hierarquia/subordinação jurídico-administrativa entre policiais militares e prefeitos municipais. Vale ressaltar que o policial e o bombeiro militar não são subordinados a políticos, são servidores públicos regidos por LEIS", diz o comunicado.

 teve acesso a um vídeo onde um sargento identificado como Raimundo, da 63ª Companhia Independente da Polícia Militar (CIPM-Ibicaraí) sai em defesa do colega de farda.

"[o prefeito] ameaçou o policial em serviço e nós que já trabalhamos em cidades pequenas sabemos como isso funciona, todos os policiais sabem muito bem como isso funciona, hoje em menor proporção, mas infelizmente ainda existem prefeitos que querem fazer isso. Esse prefeito é tão arrogante, chama o policial de soldado raso. Prefeito, ele é soldado, é um policial militar, um servidor público, o senhor também é servidor público, a diferença é que ele vai permanecer servidor e na próxima eleição o senhor não sabe se irá permanecer servidor, poderá não ser mais prefeito, o senhor está prefeito", diz.

O sargento finaliza o vídeo oferecendo apoio jurídico ao colega de farda. "Policial Welton em Itabuna o senhor tem apoio jurídico, o que você precisar a custo zero, você terá apoio jurídico porque nós temos que nos unir contra esse tipo de violência".