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Publicado em 04/02/2022 17h25. Há quase três meses sem DPT emitir laudo, mãe sofre por não saber causa da morte de bebê



 Após acusar uma unidade hospitalar da rede privada de Feira de Santana, por negligência médica no atendimento prestado à filha, a mãe da pequena Maria Isabel, que morreu com apenas seis meses de vida, Ana Beatriz Oliveira, ainda sofre por não saber a causa da morte da criança.

Na tarde desta sexta-feira (4), em entrevista ao Acorda Cidade, Ana Beatriz Oliveira relatou sobre a dor da perda e as idas e vindas ao Departamento de Polícia Técnica (DPT) da cidade, que garantiu que o laudo da necropsia da bebê sairia em até dois meses, porém o prazo foi ultrapassado e a espera já está próxima de completar 90 dias.

“Ela faleceu no dia 19 de novembro do ano passado e a causa da morte dela ainda não foi divulgada. Ainda não sei o que causou, mas eu sei que foi negligência médica em atendimento e eu venho desde então tentando conseguir o laudo dela. O corpinho dela foi recolhido para o DPT e lá foi coletado o material para fazer a necropsia, a fim de descobrirem o que aconteceu e levou Maria a óbito. Me deram 30 dias para sair o resultado, após esse período eu fui ao DPT e eles demoraram de achar o cadastro dela e me disseram que não tinha saído o resultado ainda. Que os exames dela tinham sido levados para Salvador e que isso iria levar no máximo 60 dias”, informou Ana Beatriz.

A mãe relatou então que com 65 dias foi novamente ao DPT para verificar se o laudo já estava pronto, conforme foi informado. No entanto, segundo ela, foi mal recebida no local por uma funcionária, que alegou o documento não ficaria pronto e menos de oito meses.

“Com 65 dias fui lá novamente para pegar o laudo e fui recebida por uma

funcionária que me tratou extremamente mal e disse que jamais nenhum laudo sai com menos de oito meses ou um ano. Que o laudo de Maria vai demorar entre oito meses a um ano para sair e que eu tenho que aguardar, que quando chegasse o documento iria direto para a delegacia do Sobradinho, que é a delegacia do meu bairro. Isso foi no DPT daqui de Feira de Santana. Eu entrei em contato com a delegacia, e eles me disseram que não é esse o prazo, que é de dois meses, e que era pra correr atrás e tentar até com algum político pra ver se o laudo poderia ser adiantado. Dia 19 de fevereiro vai fazer três meses que Maria morreu e não temos o resultado ainda”, lamentou sobre a situação.

Além de ter que enfrentar o transtorno de ir em busca do laudo da perícia sobre a causa da morte da filha, Ana Beatriz Oliveira se ressente por não saber o que causou essa perda. Ela revelou que não saber o motivo aumenta ainda mais o sofrimento pela falta da criança.

“A saudade é constante, é diária, a cada minuto do dia, e não saber do que minha filha morreu e ter que ficar no pé para que isso seja descoberto é muito ruim. A dor de não tê-la é muito grande, mas a dor de não saber porque perdi é maior ainda. Você fica com mil coisas na cabeça, se foi você que errou, se foram os médicos, se ela já era doente desde sempre e você não sabia, então é muita coisa que você pensa”, desabafou.

Procurado pelo Acorda Cidade, o delegado responsável pela 2ª Delegacia Territorial de Feira de Santana, Alisson Ferreira de Carvalho, informou que o resultado da perícia sobre a causa da morte de Maria Isabel ainda não chegou à unidade, mas que iria emitir uma nota de urgência para que o DPT envie esse documento o mais brevemente possível para a delegacia.

 

Com informações da jornalista Maylla Nunes e do repórter Aldo Matos do Acorda Cidade