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Diferente de 1964, hoje não há um clamor pró-golpe", diz Lavareda



 Em entrevista nesta segunda-feira (27) à Rádio Metropole, o cientista político Antonio Lavareda criticou a agenda das Forças Armadas brasileiras. De acordo com Lavareda, em outras partes do mundo, o Exército, a Marinha e a Aeronáutica demonstram outro tipo de preocupação. 

"Outras Forças Armadas no mundo estão discutindo novas formas de tecnologia, a relação de colaboração entre elas e os impactos da Guerra da Ucrânia, aqui nossas Forças Armadas embarcaram nesse tipo de discurso perigoso", disse.

Lavareda ainda ironizou que os cientistas políticos que garantem que não haverá golpe no Brasil são "ingênuos e panglossianos (otimistas)". "Estamos na sexta República do Brasil. Cada uma delas começou com um golpe, sofreu um golpe ou terminou em um golpe. Ou seja, não dá para dizer que as instituições no Brasil são sólidas. Temos uma democracia ainda jovem. Os Estados Unidos sofreram uma tentativa de golpe com a invasão do Capitólio", analisou, em conversa com Mário Kertész. 

Para o presidente científico do Instituto Ipespe, no entanto, diferente de 1964, atualmente não há um clamor pró-golpe. "Naquele contexto quase todos os jornais brasileiros apoiavam o golpe. Somente o Última Hora não. Hoje não temos esse apelo e a própria população acredita na manutenção do regime democrático", pontuou.