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Campanha de Bolsonaro estuda ligar Janja à 'macumba' na televisão

 

Campanha de Bolsonaro estuda ligar Janja à 'macumba' na televisão
Foto: Reprodução / Ricardo Stuckert

Os estrategistas do governo e da campanha do presidente Jair Bolsonaro (PL) estudam levar ataques à mulher do ex-presidente Lula (PT), a socióloga Rosângela da Silva, para a televisão. Os programas de TV e rádio começarão a ser veiculados a partir do dia 16 de agosto.
 

A ideia é explorar imagens de Janja, como ela é conhecida, que teriam o potencial de afetar negativamente o eleitorado evangélico, especialmente as mulheres.
 

As redes sociais de Janja estão repletas de fotografias e vídeos que a mostram como uma mulher moderna, alegre, independente, desinibida e engajada politicamente.
 

Em várias ocasiões, ela aparece cantando, dançando e interagindo com eleitores do petista.
 

Lula faz repetidas declarações públicas de amor a Janja, e ela tem sido considerada uma peça-chave na campanha dele.
 

Na imprensa, a socióloga tem sido retratada como uma mulher de opiniões firmes que interfere nos rumos da estratégia eleitoral do PT.
 

O comportamento é diferente do de Michelle Bolsonaro, que até então se mantinha reclusa na residência oficial do governo e distante da política. A primeira-dama só mergulhou na campanha do presidente recentemente, e justamente para falar de religião.
 

Nesse contexto, os estrategistas de Bolsonaro enxergaram em Janja um flanco.
 

Uma imagem dela, em especial, caiu "como uma bomba" no grupo mais próximo do presidente, segundo um de seus integrantes relatou à coluna.
 

É a fotografia em que Janja aparece de branco ao lado de imagens como a de Xangô, um dos orixás da Umbanda e do Canbomblé. Ao postar a imagem no Twitter, ela escreveu: "Saudades de vestir branco e girar, girar, girar...".
 

Integrantes do governo acreditam que a imagem tem o potencial de desgastar Lula no eleitorado evangélico --muitos religiosos não veem com bons olhos as religiões de matriz africana.
 

Na terça (9), a primeira-dama Michelle Bolsonaro compartilhou um vídeo no Instagram em que Lula participa de uma cerimônia de candomblé na Assembleia Legislativa da Bahia.
 

As imagens associam a religião às "trevas". Michelle escreveu na legenda: "Isso pode né! Eu falar de Deus, não!".
 

A reação foi imediata, e a primeira-dama foi acusada de incentivar um discurso preconceituoso e de ódio, desrespeitando crenças diferentes da dela.
 

A deputada estadual Janaina Paschoal, que é aliada de Bolsonaro, chegou a se emocionar ao pedir que Michelle "não plante a semente da divisão religiosa" no Brasil.