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Após apoiar Lula, Amoêdo critica reaproximação de Moro a Bolsonaro

 

Após apoiar Lula, Amoêdo critica reaproximação de Moro a Bolsonaro
Foto: Rovena Rosa / Agência Brasil

O fundador do partido Novo, João Amoêdo, criticou nesta segunda-feira (17) o senador eleito Sergio Moro (UB-PR) por ter se reaproximado do presidente Jair Bolsonaro (PL) depois de o ex-ministro da Justiça e Segurança Pública romper com o governo federal, em abril de 2020, acusando o chefe do Executivo de interferência na PF (Polícia Federal).
 

"Infelizmente é incoerente por parte de Moro. Uma das principais deficiências no país é a falta de liderança. Na Lava Jato, ele se colocou como uma voz importante. Mas nos últimos anos, ele tem tomado caminhos que deixam questionamentos", afirmou o empresário em entrevista à GloboNews.
 

Amoêdo mencionou a mudança de partido de Moro, que deixou o Podemos em março deste ano para tentar a eleição pelo União Brasil, e lembrou que o ex-juiz da Lava Jato se tornou ministro de Bolsonaro depois de ter colaborado para que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fosse condenado na Justiça Federal.
 

"Por que se candidatar por um partido, depois mudar para outro, que não representa exatamente a cara mais limpa na política. Ele, inclusive, dá argumentos, que Lula não usou, para questionar se ele não teria tido um viés maior, porque ele imediatamente assumiu um cargo com Bolsonaro. E, agora, depois de ter feito críticas ao governo, voltar para a campanha de Bolsonaro. Isso afeta a imagem dele e favorece mais Lula do que Bolsonaro ao fazer isso", analisou.
 

A manifestação ocorre num momento em que integrantes da alta cúpula do Novo criticam o fundador da sigla por declarar voto no petista no segundo tuno."A triste declaração constrange a instituição, que se mantém coerente com seus princípios e valores e reforça que Amoêdo não faz mais parte do corpo diretivo do partido desde março de 2020", afirmou a legenda, comandada atualmente pelo empresário Eduardo Ribeiro.
 

Em entrevista à Folha de S.Paulo, Amoêdo afirmou que vê a possibilidade de reeleição do atual mandatário, em quem afirma ter votado em 2018, como "um risco substancialmente maior" à democracia que a candidatura de Lula.