Laticínio suspeito de vender manteiga adulterada em MG impedia entrada e contratou policiais para coagir fiscal, diz PF
Representantes do laticínio suspeito de vender manteiga adulterada no Sul de Minas impediam a entrada de fiscais na sede da empresa, em Pouso Alto (MG), para realizar as inspeções de rotina. Segundo a Polícia Federal, militares aposentados chegaram a ser contratados para coagir um fiscal do Ministério da Agricultura.
Durante operação nesta quinta-feira (20), dois mandados de prisão e sete de busca e apreensão foram cumpridos nas cidades de Pouso Alto e Itamonte (MG), além de cidades do Estado de São Paulo.
Em um armazém do laticínio, foram apreendidas 45 toneladas de manteiga adulterada. Os fiscais também encontraram 30 toneladas de margarina e uma tonelada de óleo vegetal, matéria-prima que teria sido usada na adulteração da manteiga.É uma conduta ilegal porque a manteiga tem que ser feita exclusivamente de base láctea, o consumidor quando compra espera que seja feita exclusivamente de creme de leite ou creme de soro, dependendo da manteiga. O que está acontecendo é que eles estavam vendendo gordura vegetal ou margarina como manteiga, a preço de manteiga, é uma fraude comercial, econômica ao consumidor", explicou o auditor fiscal do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Pedro Henrique Salgado.
Fiscal ameaçado
Segundo a Polícia Federal, fiscais eram impedidos de entrar na sede da empresa para realizar as inspeções de rotina.
"Trancavam o portão, se escondiam ao fundo, não respondiam às demandas de fiscalização. Com a necessidade de fiscalizar a gente começou a realizar coletas de amostrar em varejo, supermercado, para fazer análise de detecção de fraude. Estávamos confiando que algo estava errado uma vez que não estávamos conseguindo realizar a fiscalização e essas análises vinham demonstrando a presença de gordura vegetal nessas manteigas", completou o auditor fiscal.