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Vídeo mostra que policial que colaborava com segurança de ACM Neto foi executado pela PM quando já estava rendido

O registro reforça o depoimento dado por testemunhas de que Alves foi executado e de que não houve confronto ou troca de tiros, conforme declarou o governador Rui Costa (PT) à época. As imagens deixam claro que Alves estava desarmado, vestindo apenas uma cueca e foi rendido, sem qualquer reação, por pelo menos quatro policiais fortemente armados que arrombaram a porta do quarto em que ele estava dormindo. O segurança estava agachado junto à porta quando foi alvejado pelos tiros e desfaleceu de imediato. Seu corpo foi carregado em seguida pelos agentes para um camburão.

 
O caso ocorreu na madrugada do dia 27 de setembro. O registro mostra também que outro policial que colaborava com a segurança do candidato, o sargento Adeilton Rodrigues D’Almeida, foi fuzilado por dois policiais diferentes e ficou 31 minutos sem receber socorro. Ferido, conseguiu se arrastar até a entrada do cômodo onde estava hospedado na pousada.
 
D’Almeida, posteriormente, foi internado no Hospital Base de Itabuna e sobreviveu. Em seu depoimento à investigação, o sargento relatou que ele, Alves e outros dois profissionais que colaboravam com a campanha do candidato do União Brasil estavam dormindo na Pousada Itajuípe quando foram surpreendidos por policiais arrombando os quartos, o que pode ser comprovado pelas imagens das câmeras de segurança.
 
As imagens ainda mostram que dois dos policiais que participavam da ação, um homem e uma mulher, foram feridos por tiros disparados por outro agente que atuava na operação, e não pelas vítimas. Outros dois seguranças que colaboravam com a campanha foram rendidos sem qualquer reação.
 
O vídeo mostra o momento da chegada na pousada dos policiais que participaram da operação. São pelo menos 12 profissionais que participaram da ação. As imagens revelam o momento em que os policiais arrombam as portas dos quartos onde os profissionais estavam dormindo. É possível ver que os policiais estavam fortemente armados com fuzis e até escudos. 
 
O caso está sendo investigado pelo Ministério Público e pela Polícia Federal. A Justiça já determinou a apreensão dos celulares de todos os envolvidos na operação. No entanto, a determinação ainda não foi cumprida pelo governo do estado. Pessoas que acompanham as investigações dizem que o governo só pretende entregar os aparelhos após as eleições, que serão realizadas no próximo domingo (30).
 
Conversas em grupos de WhatsApp entre os agentes envolvidos na operação revelaram que a equipe de segurança de ACM Neto foi monitorada pela Polícia Militar desde que saíram de Salvador até a chegada a Itajuípe. Os prints das conversas foram anexados a um pedido feito ao Ministério Público e à Polícia Federal pela coligação do candidato, a fim de que o caso fosse investigado a fundo.