Mais de 280 mil anfetaminas foram apreendidas pela PRF
Foto: Divulgação PRFPor Quézia Silva
Transitar em velocidade acima da média permitida e excesso de peso nas cargas são algumas das infrações mais cometidas por caminhoneiros nas rodovias de todo o país. No entanto, outro tipo de delito vem preocupando as autoridades nas estradas: o consumo de anfetaminas e de bebidas alcoólicas. Fazer uso dessas substâncias químicas têm transformado as estradas baianas em lugares perigosos para trafegar. Segundo a Polícia Rodoviária Federal na Bahia (PRF), no ano passado foram apreendidos 286.460 comprimidos durante as fiscalizações realizadas pelo órgão.
O uso de anfetaminas, que entre os caminhoneiros são conhecidas por "rebite", tem se tornado algo comum. Os motoristas costumam ingerir essa substância em grande quantidade para se manterem acordados, dirigindo por muitas horas seguidas, sem ter o mínimo de descanso. Dessa forma eles cumprem os prazos e até mesmo conseguem realizar várias outras atividades.
A psicóloga, Rair Valente, explica como o consumo, tanto das anfetaminas quanto do álcool afetam os motoristas. "Ambas as substâncias alteram o estado de consciência do condutor e influenciam no desempenho no trânsito, pois interferem no reflexo, na capacidade de resposta motora e de decisão o que aumenta as chances de acidentes que podem resultar em danos ou morte para motorista e pedestres. É possível que, por conta do uso contínuo e intenso destas substâncias, a pessoa venha desenvolver dependência e isso afeta prejudicialmente a saúde física, mas também às relações e compromissos sociais como trabalho e estudo", afirmou.
Fiscalização
Além dos famosos "rebites", a PRF também tem flagrado vários caminhoneiros ingerindo bebidas alcoólicas enquanto dirigem. A fiscalização deste tipo de infração é feita por meio de um equipamento chamado: Etilômetro, popularmente conhecido como bafômetro. Esse instrumento mede a concentração de qualquer substância alcoólica que esteja no organismo do motorista, através do ar que ele solta dos pulmões. Segundo dados da PRF, um total de 189.188 testes de alcoolemia foram realizados nas rodovias que cortam o estado da Bahia.
Combater o uso e tráfico de drogas é um dos objetivos das fiscalizações. Entretanto, saber se o condutor está tirando o intervalo de descanso necessário, que é de 11 horas a cada 24 horas trabalhadas, também faz parte do dia a dia da PRF. A norma de trânsito também prevê que o motorista que dirige durante 5 horas seguidas, precisa dar um intervalo de, no mínimo, uma hora para se alimentar.
O trabalho de fiscalização que é realizado pela Polícia Rodoviária Federal na Bahia é feito com a ajuda do cronotacógrafo, um equipamento de uso obrigatório. Por meio dele, os policiais podem ver se os caminhoneiros estão cumprindo ou não a Lei do Descanso. O cronotacógrafo registra de forma simultânea a velocidade e distância que o veículo percorreu. Esse aparelho também ajuda a reduzir os muitos acidentes que são causados pelos caminhoneiros por causa do uso indevido das substâncias químicas.
