Mesmo com desgaste do MST, Lula libera cargos para o movimento de extrema-esquerda
O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) invadiu nesta segunda-feira (3) terras do Engenho Cumbe, em Pernambuco, dando início à “Jornada Nacional do Abril Vermelho”, organizada anualmente pelo movimento agrário. Outras invasões são esperadas para os próximos dias, somadas a várias que já ocorreram desde o começo do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).Em meio a este contexto, o MST tem ampliado o seu espaço dentro do governo petista. Com forte influência dentro do movimento, o ex-deputado estadual Edegar Pretto (RS) foi aprovado em 21 de março como presidente da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab)Além disso, o MST emplacou recentemente o nome de Milton José Fornazieri para a Secretaria de Abastecimento, Cooperativismo e Soberania Alimentar do Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA). Com isso, Fornazieri vai coordenar ações dentro da Conab, que conta com um orçamento de R$ 1,5 bilhão previsto para 2023.Em meio a este contexto, o MST tem ampliado o seu espaço dentro do governo petista. Com forte influência dentro do movimento, o ex-deputado estadual Edegar Pretto (RS) foi aprovado em 21 de março como presidente da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
Com a reorganização da Esplanada dos Ministérios, Lula retirou a Conab do guarda-chuva do Ministério da Agricultura, o que gerou críticas por parte dos integrantes da bancada do agro no Congresso Nacional. Reservadamente, parlamentares da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) já levantam questionamentos sobre a influência do MST dentro da estatal.
“Quando a gente fala da Conab, que é um órgão pensador do agro brasileiro, que faz planejamento, que vê tamanho de safra, isso tem que estar próximo do Ministério da Agricultura”, defendeu o deputado Pedro Lupion (PP-RS).
A demanda por espaço dentro da gestão petista por parte de integrantes do MST já vinha ocorrendo há pelo menos dois meses e, segundo assessores do Planalto, outras nomeações para cargos do Executivo devem sair nas próximas semanas. Entre elas a coordenadora nacional do MST, Keli Mafort, que foi escolhida pelo governo para comandar a Secretaria Nacional de Diálogos Sociais e Articulação de Políticas Públicas da Presidência da República. Paralelamente, o PT indicou na última semana o deputado federal Valmir Assunção (PT-BA) para a vice-liderança do partido na Câmara dos Deputados. Assunção está no seu quarto mandato e já participou do trabalho de base do MST e ocupação de terras no interior da Bahia. Como vice-líder do partido de Lula, o deputado petista será responsável por integrar as reuniões para definição da pauta e posicionamentos da sigla dentro da Câmara dos Deputados.