Delegada que ‘tocou terror’ em líder do BDM tem perda de função pública decretada
A delegada da Polícia Civil, Maria Selma Pereira Lima, teve a perda da função pública decretada pela Justiça após ser condenada a oito anos de prisão e pagamento de multa pela prática dos crimes de falsificação de documento público, falsidade ideológica, uso de documento falso, denunciação caluniosa, usurpação de função pública e fraude processual.
Segundo a denúncia do Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas e Investigações Criminais (Gaeco), do Ministério Público da Bahia (MP-BA), Maria Selma e outros três homens estariam envolvidos em esquema criminoso de furtos, roubos e clonagem de veículos.De acordo com as apurações do Gaeco, Maria Selma se utilizava do cargo e da influência que gozava na Polícia Civil para garantir a impunidade do grupo criminoso e facilitar a execução e proveito dos crimes.
Segundo as investigações, a delegada teria falsificado documentos de terceiros para possibilitar a devolução ilegal de um carro clonado apreendido pela Polícia com membros da quadrilha.Além da delegada, a Justiça condenou Pedro Ivan Matos Damasceno a 15 anos e dois meses de prisão, pelos crimes de furto, corrupção ativa, denunciação caluniosa, posse ilegal de arma de fogo, falsificação de documento público, falsidade ideológica e adulteração de sinal identificador de veículo automotor.
Também foi condenado Cláudio Marcelo Veloso Silva a prestação de serviços à comunidade e limitação de final de semana, pelo crime de usurpação de função pública.
Histórico
A delegada Maria Selma “tocou terror em Madre de Deus”. É o que diz a fonte anônima do Bahia 190, próxima a Edvaldo Marques Teixeira, o ‘Vado Gordo’, traficante líder do Bonde do Maluco (BDM) que chegou a ser preso em no Rio de Janeiro e transferido para a Bahia, mais especificamente em Salvador.
De acordo com a denunciante, Maria Selma invadia casas em Madre de Deus sem ordem judicial. “Achava que era dona do mundo”, conta. A fonte afirmou que, inclusive, a residência de Vado Gordo já recebeu visitas da delegada, mesmo sem autorização da Justiça, onde a delegada teria feito ameaças contra ele possivelmente a mando de um grupo rival.