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Infectologista explica fenômeno das superbactérias que têm "colonizado" hospitais ao redor do mundo



 Durante o Jornal da Metropole no Ar transmitido nesta segunda-feira (2), na Rádio Metropole, o infectologista Roberto Badaró comentou sobre um fenômeno que tem assustado a comunidade médica: as superbactérias resistentes aos antibióticos, que têm colonizado hospitais ao redor do mundo. 

“Esse problema é delicado porque nenhuma indústria quis fazer um antibiótico novo, já que a bactéria desenvolve resistência rapidamente e aí não compensa o desenvolvimento de novas classes de antibióticos. Hoje nós temos pelo menos quatro bactérias que colonizam a maioria dos hospitais no mundo inteiro”, afirmou o infectologista.

Segundo o infectologista, cerca de 30% dos hospitais no Brasil são colonizados por quatro bactérias principais: klebsiella, acinetobacter baumannii, estafilococos e escherichia coli multirresistente. Nenhuma delas respondem mais por antibióticos. “A gente precisa trabalhar muito para fazer programas e impedir que pacientes que vão se internar, para fazer uma cirurgia qualquer, se contaminem com uma bactéria dessa”, acrescentou.

Características das superbactérias:

  • Klebsiella: A bactéria KPC (Klebsiella Pneumoniae Carbapenemase) pode causar pneumonia, meningite, infecções sanguíneas e doenças que podem evoluir para uma infecção generalizada. 
  • Acinetobacter Baumannii: Tem a capacidade de alcançar a corrente sanguínea, resultando em infecções no sistema circulatório, levando hipotensão arterial, náuseas, vertigem e febre.
  • Estafilococos: Um dos gêneros mais comuns de bactérias. A espécie mais frequente é o Staphylococcus aureus, que pode causar infecções de pele, pneumonia, endocardite, osteomielite, entre outras patologias.
  • Escherichia coli multirresistente: Capaz de gerar infecção do trato urinário, infecção entérica (dentro do intestino) e infecção invasiva, que pode culminar em quadros graves.