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Homem morto pela Rota era catador e implorou pela vida, diz testemunha

 Homem pardo sorri sem camisa ao lado de fogão - Metrópoles

São Paulo – Testemunhas afirmam que o catador de lixo José Marcos Nunes da Silva, de 45 anos, implorou a policiais das Rondas Ostensivas Tobias Aguiar (Rota) para não ser morto a tiros, na madrugada de sábado (3/2), em São Vicente, no litoral paulista.“Pelo amor de Deus, eu sou trabalhador”, teria gritado José, “minhas filhas me amam”. As súplicas foram ouvidas e relatadas por uma testemunha, que estava no local.Morador há aproximadamente dez anos de uma comunidade carente, no bairro Jóquei Club, José foi a segunda pessoa morta pela Polícia Militar após o assassinato do soldado Samuel Wesley Cosmo, da Rota, na sexta-feira (2/2) em Santos. Até o momento, sete foram mortos pela PM em supostas trocas de tiros.Na versão registrada na delegacia e divulgada pela Secretaria da Segurança Pública (SSP) de São Paulo, o catador teria sido abordado por policiais da Rota na Avenida Sambaiatuba, perto da casa dele.

Segundo relatado pelos PMs, José teria corrido ao mesmo tempo em que passou a atirar contra os policiais, que revidaram. Ele foi ferido, levado para um hospital da região e morreu no local.Dentro de um imóvel, no qual os PMs afirmaram que o suspeito teria tentado se esconder, foi supostamente encontrado um caderno com anotações sobre o tráfico de drogas, além de porções de maconha, cocaína, crack e lança-perfume. Uma pistola calibre 9 milímetros também foi apreendida, segundo a polícia.Amigos do catador e testemunhas, todos ouvidas em sigilo pelo Metrópoles, afirmaram que José não tinha arma e nenhum tipo de vínculo com o tráfico de drogas ou com o crime organizado.

Ele costumava sair de noite para recolher materiais recicláveis, como fez no dia da abordagem policial.