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Senadores de vários partidos se articulam para defender Aécio

Waldemir Barreto/Agência Senado
Em 4 de abril, aliados de Aécio esperam a hora de falar

Entre os rituais do Senado – instituição inspirada na Câmara dos Lordes da Inglaterra e tida como a expressão máxima do Legislativo brasileiro – talvez o mais teatral deles seja os apartes em plenário como oferenda a discursos de senadores sob graves denúncias de corrupção. Só as acusações com potencial destrutivo considerável merecem ser levadas ao púlpito em que já discursaram Rui Barbosa, Darcy Ribeiro, Juscelino Kubitschek, Artur da Távola. Mas, ultimamente, não tem sido bom negócio tecer loas a quem tenta se justificar na tribuna, geralmente com discursos bem pensados e escritos, para dias depois vir a ser desmascarado pelos fatos.
Aconteceu com Demóstenes Torres. Representante do DEM no Senado entre 2003 e junho de 2012, quando foi cassado, o ex-senador era um procurador respeitado no estado de Goiás e representava a mão pesada da lei até virem à tona suas relações nada republicanas com Carlinhos Cachoeira, contraventor conhecido da mesma Justiça que Demóstenes dizia defender.
Na tentativa de se defender das acusações de que atuava no Congresso para, entre outras coisas, defender os interesses do amigo bicheiro, Demóstenes recebeu em plenário nada menos que 44 apartes calorosos de senadores até então confiantes em sua inocência – entre os quais parlamentares respeitados como Eduardo Suplicy (PT-SP), Cristovam Buarque (na época, no PDT do Distrito Federal) e Pedro Simon (PMDB-RS). Deu no que deu: o parlamentar goiano não só foi cassado, mas posteriormente condenado, em 24 de abril de 2013, à pena de aposentadoria compulsória com vencimentos mensais de R$ 22 mil – para muitos, mais um prêmio do que uma sentença judicial. Ele ainda tenta voltar à ativa no Ministério Público de Goiás.