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Bolsonaro promete ganho real no salário mínimo após repercussão de plano de Guedes

 

Bolsonaro promete ganho real no salário mínimo após repercussão de plano de Guedes
Foto: Antonio Cruz / Agência Brasil

A dez dias do segundo turno das eleições, o presidente Jair Bolsonaro (PL) prometeu nesta quinta-feira (20) conceder aumento real do salário mínimo e para o funcionalismo público no próximo ano.
 

A fala acontece um dia após a Folha de S.Paulo revelar plano do ministro Paulo Guedes (Economia) que prevê, entre outros pontos, mudança na política de reajustes do salário mínimo e aposentadorias, que não seriam mais corrigidos pela inflação do ano anterior (leia mais aqui).
 

Bolsonaro acusou a esquerda de divulgar fake news, mas confirmou que o titular da Economia pretende desindexar o reajuste do salário mínimo.
 

Na proposta de Orçamento de 2023, enviada pelo governo ao Congresso em agosto, no entanto, não há previsão de aumento real do salário mínimo. O valor proposto, de R$ 1.302, emenda o quarto ano seguido sem ganhos acima da inflação.
 

A última vez que o piso nacional foi reajustado acima da alta de preços foi no início de 2019, em um decreto assinado por Bolsonaro, seguindo a política de valorização aprovada em lei ainda no governo Dilma Rousseff (PT).
 

A promessa de Bolsonaro, que disputa a reeleição, ocorreu durante participação na noite desta quinta no podcast Inteligência Ltda. Ele discorria sobre as dificuldades de trabalhar com uma máquina pública inchada e ressaltava que praticamente não realizou concursos públicos -com exceção de algumas categorias da área de segurança-- quando afirmou que, após anos de perdas salariais, o funcionalismo receberia aumento real, assim como o salário mínimo.
 

"Então, foi uma maneira de você enxugar um pouco [não realizar concursos públicos], sem qualquer prejuízo aos servidores públicos. Tanto é que agora há pouco o Paulo Guedes, dado a isso, anunciou que no ano que vem vai ter aumento real do mínimo e aumento real para servidor público também", afirmou no programa.
 

O ministro da Economia, no entanto, não declarou nesta quinta que dará aumento real no salário mínimo ou ao funcionalismo. Durante evento no Rio de Janeiro, Guedes negou que exista um plano para mudar a correção "durante o jogo", mas admitiu ser favorável à desindexação.
 

Durante o podcast, Bolsonaro ainda descreveu como "fake news" a falta de reajustes e atribuiu à esquerda a disseminação da informação.
 

"Uma fake news hoje. Tudo é Bolsonaro. 'Bolsonaro vai diminuir o salário mínimo'. Não tem cabimento diminuir o salário mínimo. Quem votaria uma proposta para diminuir o salário mínimo?", indagou.
 

Em seguida, ele atribuiu a "fake news" ao deputado federal André Janones (Avante-MG), articulador da campanha de Lula (PT) nas redes sociais. Em vídeo divulgado nesta quinta, Janones afirma, sem citar a reportagem da Folha, ter tido acesso a documentos que supostamente comprovariam o plano de Guedes.
 

"Então, foi uma fake news pregada por aquele mesmo cara, um tal de Janones, que é o garoto propaganda, o marqueteiro do Lula. E o Paulo Guedes acabou de dar a declaração que será reajustado, a partir do ano que vem, o salário mínimo, o valor real. Bem como o servidor público", disse Bolsonaro.
 

Em outro momento, porém, o presidente confirmou que o ministro pretende desindexar o salário mínimo.