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Pirajá, praça de guerra: região foi palco da principal batalha da Independência do Brasil



 Reportagem publicada originalmente no Jornal Metropole em 1º de junho de 2023

Quem vê a peleja diária que se passa na Estação Pirajá, entre ônibus, ubers, vans, metrô, pedestres e camelôs, nem sempre se lembra que por ali aconteceu, há dois séculos, um combate muito maior. Na verdade, O combate maior! Sim, foi em Pirajá, a partir do dia 8 de novembro de 1822, que ocorreu a principal batalha da Guerra da Independência do Brasil. Razão dos versos de Castro Alves: “O anjo da morte pálido cosia / Uma vasta mortalha em Pirajá”.

Ali combateram, de nosso lado, o Exército Pacificador, liderado pelo mercenário francês Pedro Labatut, e a Legião Constitucional, dos portugueses, sob comando de Inácio Luís Madeira de Melo. Em honra de nossa vitória (que se deu de maneira insólita, sobre a qual falaremos noutra coluna), foi erguido em 1914 o Panteão de Pirajá, que abriga os restos mortais de Labatut. Em estilo neoclássico, ele fica ao lado da Igreja de São Bartolomeu (que guardou os corpos dos heróis desde 4 de setembro de 1853), e não lamentaria uma boa reforma.

É de lá que sai a pira, acesa com a tocha que vem de Cachoeira, levando a chama da vitória, da independência, da liberdade, para a Lapinha. Depois do 2 de Julho, e depois até da Volta da Cabocla, acontece por ali também a tradicional Festa de Labatut. Tradicional mesmo, pois celebrada desde 1853, quatro anos após a morte do general.